O último Elvis

Título Original: El último Elvis
País: Argentina
Direção: Armando Bo
Roteiro: Armando Bo e Nicolás Giacobone
Elenco Principal: John McInerny, Griselda Siciliani e Margarita Lopez
Estreia no Brasil: Maio de 2013



Carlos Gutiérrez (McInerny) é um operário de uma linha de produção que faz cover de Elvis Presley no restante de seu tempo. No entanto a sua paixão e dedicação pela atividade musical é fora do comum, tornando-o um pai extremamente ausente na vida da pequena Lisa (Lopez) até que um trágico acidente com sua ex-esposa o faz refletir sobre as suas conquistas na vida.

Embora a premissa inicial possa sugerir uma trama que sobre a relação entre um fã e seu ídolo, e aqui este não é ninguém menos que o rei do rock n' roll, o longa é na verdade mais profundo por fazer o estudo de um personagem que se vê como o detentor de um dom com tremendas responsabilidades por isso. É mais que a paixão por um mestre, mas a incumbência de prosseguir com aquele trabalho que foi inciado há anos.

E o diretor Armando Bo consegue captar muito bem esta obsessão de seu protagonista que é representada em diversos elementos da narrativa, desde o nome de sua filha até a tatuagem que sua ex carrega. Nota-se que Carlos viveu, e vive, uma vida condizente com a de seu ídolo. Além disso, se seus talentos musicais são impressionantes, os ângulos de filmagem utilizados pelo diretor durantes as apresentações do cover remete àqueles dos shows do próprio Elvis, captando assim a alma apaixonada e dedicada daquele trabalho de tal modo que seu porte físico fica em segundo plano.

Bo também inclui um sutil humor na projeção que funciona como prazerosos momentos no meio da áurea de melancolia que ronda a vida de Carlos. Vemos uma Buenos Aires repleta de artistas covers que chega até a ter uma associação com seus John Lennon, Gene Simmons, Freddie Mercury e Britney Spears.

Dessa forma, com a estética e organizada direção de Bo e a atuação carismática de McInerny, que brilha na tela tanto pela sua performance nos palcos como pelo perfeito equilíbrio entre a sensibilidade e um mistério na sua conduta que seria impossível tornar seu personagem mais carismático. E ainda, os últimos 15 minutos da projeção imprimem um suspense fantástico, dígino de aplausos como num final de espetáculo de Elvis, o rei.

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