A Invenção de Hugo Cabret


Título Original: Hugo
Estados Unidos - 2012
Direção: Martin Sorsese
Elenco: Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ben Kingsley







Embora venha com uma premissa maravilhosa de homenagear a história do cinema, demonstrando a importância e a beleza nos trabalhos dos pioneiros da sétima arte, este novo filme de Scorsese (o primeiro em 3D) é decepcionante pois se perder na sua própria trama. É previsível de mais com cenas desnecessárias que claramente buscam acordar o público já que sua trama se desenvolve muito entediantemente na maioria de suas longas 2 horas de duração.

Hugo (Butterfield) é um órfão que vive escondido em uma estação de trem de Paris mantendo o perfeito funcionamento dos diversos relógios sem que ninguém note sua presença. Sonha em terminar um trabalho que começou com seu pai (Law) de concertar um autômato muito enigmático e assim receber uma tão sonhada mensagem. Mas ele é pego roubando peças de um senhor da loja brinquedos, Papa George (Kingsley), e vê o destino de seu sonho ameaçado quando o velho toma seu caderno de anotações que contém as instruções de montagem do autômato. Obrigado a trabalhar na loja, Hugo acaba conhecendo Isabelle (Moretz), filha adotiva de Papa George, e com ela descobre que seu patrão pode ter muitas ligações com sua missão.

Mas estamos falando de Scorsese e o experiente Dante Ferretti no comando da direção de arte. E a dupla faz um dos melhores uso da tecnologia 3D, sem cenas clichês para simplesmente envolver o público, e abusando decentemente dos planos tridimensionais para percorrer a estação ferroviária e os esconderijos de Hugo. O trabalho de fotografia de Richard Richardson também envolve bastante, com lindas cenas panorâmicas do ponto de referência dos relógios e sob cores vibrantes.

Os diálogos entre Hugo e Isabelle são o que mais impressiona por expressarem uma paixão espontânea pelo cinema e literatura. E, justamente quando o roteiro acompanha o jovem casal, é que ele mostra o seu melhor, nos prendendo pelos mistérios que eles buscam solucionar. Mas quando se volta para as narrações de flashbacks, as fugas repetitivas de Hugo (de um inspetor da estação), ou dos sonhos que nada acrescentam à história, tudo volta a perder a graça.

E mesmo que, com um trabalho técnico impecável e atuações perfeitas como a de Kingsley no papel de Papa George, o longa na verdade muda de foco na metade da projeção e tudo o que nos foi apresentado sobre Hugo é deixado de lado, sendo que até seu pai é esquecido pelo roteiro de John Logan. No fundo o que acontece é que Scorsese tenta contar um drama que, mesmo tendo tudo para ser belíssimo, acaba por se tornar entediante por não conseguir gerar emoção devido à trama se desenvolver sobre um roteiro infantil.

É um filme que não deveria estar na lista dos indicados a melhor filme do Oscar. Pelo menos não seria se fossem somente 5 nomeados como antigamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário