Rapidinhas: 118 Dias e Sétimo




118 Dias

Título Original: Rosewater
País: EUA
Direção: Jon Stewart
Roteiro: Jon Stewart
Elenco Principal: Gael García Bernal
Estreia no Brasil: Março de 2015



O longa é baseado no livro do jornalista Maziar Bahari, que ficou 118 dias preso injustamente e sob torturas no Irã em 2009. As autoridades locais o acusavam de espião com base em uma participação num programa humorístico quando Bahari ironizou ser um espião. O apresentador daquele programa era Jon Stewart, quem dirige este filme baseado no livro escrito por Bahari. Porém este não é um drama usual. Stewart faz mais uma sátira em cima da injustiça do governo iraniano do que um relato revoltoso da situação, mas justifica tal ação afirmando que essa ideia já consta no livro fonte do roteiro. É uma forma de comediar a burocracia cega que por vezes dá tiro nos próprios pés mas, como toda piada de cunho político (religioso e etc), pode ser vista como uma ofensa a uma nação. É uma película sem qualquer ambição e com uma atuação sensível de Gael García.

Sétimo

Título Original: El Séptimo
País: Espanha/Argentina
Direção: Patxi Amezcua
Roteiro: Patxi Amezcua e Alejo Flah
Elenco Principal: Ricardo Darín
Estreia no Brasil: Novembro de 2014



Protagonizado por Ricardo Darín, o ator sensação do cinema argentino e que quase monopoliza as produções "hermanas", este thriler policial e de mistério cobre a busca de uma pai e uma mãe pelos seus filhos que desaparecem dentro do prédio enquanto desciam as escadas para ir à escola. O longa não traz nenhuma inovação ao gênero se tornando até entediante uma vez que o espectador assíduo do cinema poderá prever seu final sem maiores dificuldades. Não há qualquer construção do caminho investigativo traçado para se chegar à resolução de um caso e assim não se obtém nenhuma razão para se apegar à história em si, que acaba se resumindo a somente dois personagens, o pai e a mãe das crianças.

Para Sempre Alice

Título Original: Still Alice
País: EUA
Direção: Richard Glatzer e Wash Westmoreland
Roteiro: Richard Glatzer e Wash Westmoreland
Elenco Principal: Julianne Moore, Alec Baldwin e Kristen Stewart
Estreia no Brasil: Março de 2015




Costumeiramente, os filmes centrados em doenças graves focam sua narrativa na deterioração do paciente e no apelo emocional fundamentado em um roteiro quase que cretinamente construído para transbordar em melancolia, o que, felizmente, não é o caso de Para Sempre Alice. A junção de uma bela atuação de Julianne Moore e um roteiro que busca se fechar no universo local da protagonista consegue amenizar o melodrama e fazer com que a tristeza seja a única coisa em excesso, e muito.

Rapidinhas: Ida e Grandes Olhos



Ida

Título Original: Ida
País: Polônia
Direção: Pawel Pawlikowski
Roteiro: Pawel Pawlikowski e Rebecca Lenkiewic
Elenco Principal: Agata Kulesza e Agata Trzebuchowska
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015




Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015, Ida é uma produção polonesa que faz um belo estudo da fé não se limitando somente ao aspecto religioso contido nela. Redescobrindo a Polônia do pós-guerra e sua história controversa, o diretor aposta na redução de diálogos para enfatizar na atmosfera daquele ambiente e deixa com que a busca de suas personagens principais seja, ao mesmo tempo que representa uma auto-descoberta, uma excursão por verdades universais. Rodado em um inusitado aspecto 1.37:1 e em preto e branco, uma escolha que parece estranha mas que lhe cai perfeitamente bem, o longa também conta com excelentes performances de Kulesza e Trzebuchowska, que dão vida à personagens tão opostas e ao mesmo tempo complementares. Um belíssimo filme que deve ser visto mais do que um simples exercício de estilo,  é um convite a uma experiência emocional.


Grandes Olhos

Título Original: Big eyes
País: EUA
Direção: Tim Burton
Roteiro: Scott Alexander e Larry Karaszewski
Elenco Principal: Christoph Waltz e Amy Adams
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015




Trazendo uma versão de Tim Burton muito mais decente do que estamos acostumados a ver nos cinemas, Grandes Olhos, descreve uma inusitada história real de fraude no mundo artístico, nos reserva não o melhor do diretor mas certamente o mais agradável de seus trabalhos nos últimos anos.  Mas o longa apenas funciona como narrativa que nunca vai além dos fatos nela contidos, é uma espécie de panorama geral do caso, onde Waltz e Adams se esforçam apenas para mostrar superficialmente o casal protagonista. Ao final da projeção não descobrimos muito bem quem realmente é Margaret.

'71

Título Original: '71
País: Reino Unido
Direção: Yann Demange
Roteiro: Gregory Burke
Elenco Principal: Jack O'Connell e Sean Harris
Estreia no Brasil: Ainda sem data prevista




A estreia do diretor francês no ramo da cinematografia se dá com um sensacional thriler que há muito não se vê tenso igual e que lhe rendeu o prêmio de melhor direção pelo prêmio de filmes independentes britânico, além de várias indicações no BAFTA 2015, incluindo melhor filme britânico. Ainda que retrate um história fictícia, o tratamento delicado, e crú, dos confrontos da Irlanda do Norte no final do século passado mostra que '71 é algo completamente realista.

O Abutre

Título Original: Nightcrawler
País: EUA
Direção: Dan Gilroy
Roteiro: Dan Gilroy
Elenco Principal: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, e Riz Amehd.
Estreia no Brasil: Dezembro de 2014





Com uma belíssima atuação de Jake Gyllenhaal, O Abutre ilustra um cínico cenário muito próximo da nossa realidade atual, onde programas sensacionalista do crime povoam cada vez mais nossas televisões. Mesmo que Gilroy não tenha muito a acrescentar à essa discussão, o longa funciona muito bem como um estudo de personagem que, ainda que inescrupuloso e cruel, conquista a atenção do público.

Sniper Americano

Título Original: American Sniper
País: EUA
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Jason Hall
Elenco Principal: Bradley Cooper e Sienna Miller
Estreia no Brasil: Fevereiro de 2015




Novo longa de Eastwood faz uma cinebiografia de um atirador de elite do exército norte americano que ficou famoso nos EUA por carregar um número recorde de mortes atribuídas a seus certeiros disparos (160 para sermos exatos). Tem um mérito cinematográfico, principalmente na área técnica, mas transmite uma corrompida mensagem de idolatração a um pseudo heroísmo, que na verdade é um estereótipo cancerígeno de um tipo de patriotismo psicótico que tanto é forte nos Estados Unidos.

Birdman ou ( A Inesperada Virtude da Ignorância)

Título Original: Birdman or (the unexpected virtue of ignorance)
País: EUA
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris e Armando Bo
Elenco Principal: Michael Keaton, Edward Norton e Emma Stone
Estreia no Brasil: Fevereiro de 2015




Há poucos meses, antes de saber da existência de Birdman, eu falava com amigos a respeito do congestionamento de super-heróis que se instalava em Hollywood. Mal se acaba uma trilogia já se inicia um remake da mesma. A quantidade de filmes dos super dotados é tão grande que muitos abandonam o gênero específico para se fazer comédias com os heróis, vide Os Vingadores de Joss Whedon. Aparentemente, Iñárritu já havia percebido esse fato bem antes de mim e levou a discussão para dentro do universo artístico, com todas as suas inseguranças, produzindo uma comédia satírica que, ironia do destino ou não, pode ser um dos grandes premiados do Oscar 2015. Mas com todo merecimento.

A Teoria de Tudo

Título Original: The theory of everything
País: Reino Unido
Direção: James Marsh
Roteiro: Anthony McCarten
Elenco Principal: Eddie Redmayne e Felicity Jones
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015




Diferentemente do que muitos podem pensar, A Teoria de Tudo não é uma biografia de um dos mais famosos cientista de nossos tempos, o britânico Stephen Hawking, mas sim um relato de sua esposa, Jane, que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis e decisivos de sua carreira. Mesmo assim, ainda que o tema seja o relacionamento que deu base para Hawking construir todo o seu legado, a falta de profundidade sob o casal protagonista impede a narrativa de avançar de uma forma mais singular, limitando-o a ser apenas mais um entre tantos outros.

O Jogo da Imitação

Título Original: The imitation game
País: Reino Unido e EUA
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Graham Moore
Elenco Principal: Benedict Cumberbatch e Keira Knightley
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015





Alan Turing, matemático britânico conhecido mundialmente como o pai da computação, desempenhou um papel importantíssimo durante a segunda guerra mundial ao idealizar uma máquina eletro-mecânica capaz de realizar, em frações de hora, cálculos que levariam dias para serem realizados com mãos humanas, tornando possível a decifração das mensagens criptografadas dos alemães e mudando o rumo do embate entre Aliados e as forças do Eixo. O Jogo da Imitação resume essa participação de Turing que durante muito tempo foi omitida (e de certa forma negligenciada) pelo governo britânico, mas toma liberdade de mais na construção do protagonista, incrementando elementos fictícios ao seu caráter e sua trajetória que desvirtuam a imagem do grande matemático.

O Grande Hotel Budapeste

Título Original: The Grand Budapest Hotel
País: Reino Unido/Alemanha
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson
Elenco Principal: Ralph Fiennes, Tony Revolori e Edward Norton
Estreia no Brasil: Julho de 2014





Com aquele toque de fantasia que toda película assinada por Wes Anderson possui, O Grande Hotel Budapeste é um trabalho superficialmente simplista mas profundamente encantador. Seguindo a mesma linha de seu trabalho anterior (Monrise Kingdom), Anderson persiste em sua receita básica e consegue agora atribuir um brilhantismo à seu show.

Whiplash: Em Busca da Perfeição

Título Original: Whiplash
País: EUA
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Elenco Principal: Miles Teller e J.K. Simmons
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015




Dirigido pelo jovem Damien Chazelle, 29 anos, Whiplash traça um panorama sobre a obsessão humana na busca por uma suposta perfeição. Explora tal tema dentro do universo musical (onde o verdadeiro dom surge somente em companhia da prática e estudos incansáveis), mais precisamente no jazz, e promove um excitante drama apoiado nas performances excelente de Milles Teller e J.K. Simmons.

Tim Maia

Título Original: Tim Maia
País: Brasil
Direção: Mauro Lima
Roteiro: Mauro Lima e Antônia Pellegrino
Elenco Principal: Babu Santana, Robson Nunes e Cauã Reymond
Estreia no Brasil: Novembro de 2014



Tim Maia foi um músico irreverente e uma pessoa que caracteriza como nunca a famigerada malandragem carioca. Seu jeito impulsivo o levou à viver inúmeras façanhas e à decadência, mas a um sucesso que só anda de mãos dadas com o talento. O longa de Mauro Lima é bem essa festa que era Tim, mas também é uma decadência que não faz jus ao cantor nem explora o dom que ele carregava consigo.