O que eu mais desejo


Título Original: Kiseki

País/Ano: Japão/2012

Direção: Hirokazu Kore-eda

Elenco: Koki Maeda e Oshirô Maeda.

Estreia no Brasil: maio de 2012


     
        




A infância da última metade dos anos 80, e até mesmo o início da década seguinte, foi agraciada com um clássico que cativou aquelas crianças. Conta Comigo (Stand By Me) escondia um profundo drama por traz da aventura infantil de Rob Reiner, e agora, quase vinte anos depois, as crianças ganham um equivalente no novo trabalho do japonês Hirokazu Kore-eda. Mostrando que são nas simples fantasias, naquelas aventuras da nossa infância, que o mundo se revela para nós.

O jovem de 12 anos, Koichi (Koki Maeda), vive com sua mãe e seus avós desde o divórcio de seus pais, na cidade de Kagoshima, aos pés de um vulcão ativo que a banha de cinzas. Enquanto seu irmão mais novo, Ryunosuke (Oshirô Maeda), permaneceu com o pai em uma cidade mais distante. Após ouvir a história de que, na viajem inaugural de um trem bala ligando duas outras cidades japonesas, quem conseguir ver os dois carros se cruzando poderá ter um desejo realizado, Koichi e Ryu reúnem seus amigos secretamente e partem para o ponto onde os trens se encontrarão para fazerem seus pedidos.

Mas Kore-eda é muito mais cauteloso e delicado com seu roteiro, cuidando para que a platéia conheça bem a perspectiva de vida de cada um dos irmãos. Balanceando a melancolia do dia-a-dia de Koichi, que sonha em reunir sua família, com a descontraída rotina do jovem Ryu, vivendo e cuidando de seu pai, enquanto o mesmo busca por uma realização profissional no mundo da música. O diretor usa de uma excelente trilha sonora para oscilar entre os diferentes mundos dessa história além do que, é tremendamente favorecido pela atuação dos protagonistas e a fotografia do seu parceiro de trabalho Yamasaki.

Kore-eda então, foca no desejo de cada uma das crianças sem pesar, de mais ou de menos, na sua importância individual e deixa que cada personagem se desenvolva sozinho de acordo com que as suas famílias permitem enxergar do mundo, fazendo com que as aflições destes jovens sejam a lente que registra essa aventura.

E o resultado é uma emocionante história onde inocentes crianças se descobrem perante suas próprias fantasias. Que este ótimo trabalho sirva de inspiração para o nosso mundo, que certamente necessita ser redescoberto, novamente, como o foi há anos atrás com Gordie e seus amigos.

Trailer:

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