Os Intocáveis


Título Original: The Intouchables

País: França

Direção: Oliver Nakatache e Eric Toledano

Elenco: François Cluzet e Omar Sy.

Estreia no Brasil: agosto de 2012



        




Um deficiente milionário, um ex-presidiário, e um relacionamento de mútuo aprendizado sobre verdadeira amizade. Só isso já é o bastante para lotar salas e mais salas de cinema, emocionar a grande maioria do público e ser um sucesso de crítica, melhor ainda se for baseados em fatos reais. E é exatamente o que o novo queridinho francês está fazendo, mas o que mais assusta é como Toledano e Nakache fizeram um trabalho totalmente americanizado em cima da história real de Phillipe e Driss. Não que isso seja positivo ou até mesmo negativo, mas é simplesmente notável.

Baseado em fatos reais, o roteiro, original cabe aqui citar, da dupla diretora conta a história do milionário francês Phillipe (Cluzet) que, tetraplégico, contrata o ex-presidiário Driss (Sy) para ser seu cuidador pessoal. O motivo pelo qual o contrata é devido à sua indiferença em relação à todos os outros candidatos e ex-empregados, todos sempre tão certinhos e bem educados, Phillipe vê em Driss a oportunidade de uma vida mais prazerosa e menos mesquinha.

Como é de se esperar em um enredo como este, a química entre os protagonistas é o que marca durante todo o longa metragem. Sy constrói uma expressão carismática e contagiante para Driss que não enxerga uma barreira nos questionamentos ou em seus modos, estando assim naturalmente divertindo seu chefe. Ao passo que Cluzet confere o ar de seriedade sem perder a esportiva, já que seu personagem é um aventureiro nato.

A diferença entre as classes sociais da França ficam bem ilustradas neste trabalho, sem se remoer muito com o que já é conhecido de todos (dado que a periferia existe em todos os países), a comédia (ainda que dramática, ele é uma comédia) trata de lidar com as experiências de vida de cada um dos personagens e explorar as relações de uma forma bem natural. No entanto, há relações não muito bem trabalhadas, que acabam por soarem vazias na projeção, como a relação entre Driss e a apagada filha de Phillipe. Enquanto os clichês são facilmente inseridos, não agregando valor algum à história. O que funciona muito bem é a montagem de Dorian Rigal-Ansous e trilha sonora que vai dos trabalhos originais de Ludovico Einaudi à contagiantes canções de soul como Earth, Wind and Fire.

No fundo, Intouchables agrada por não forçar, por contar a história de uma bela amizade com todo o humor que nela contém (assim espero), sem obrigar o público que chegue às lágrimas. Sy se revela um promissor ator e Toledano e Nakache se mostram, até agora, diretores americanizados.

Trailer:


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