Ferrugem e osso

Título Original: De rouille et d'os
País: França
Direção: Jacques Audiard
Roteiro: Thomas Bidegain
Elenco Principal: Marion Cotillard e Mathias Schoenaerts
Estreia no Brasil: Maio de 2013*




Novo filme do notável diretor francês, Audiard, que há três anos surpreendeu o festival de Cannes com o esplêndido O Profeta, desta vez volta com um viés diferente mas igualmente impressionante. É um filme duro, triste e comovente sobre duas almas fortemente golpeadas pela vida.

Na parceria com Bidegain para a elaboração do roteiro, eles contam a história de Ali (Schoenaerts) e Stéphanie (Cotillard). Ele, um pai inexperiente e desorientado que resolve mudar-se com o filho para a casa da irmã. Ela, uma domadora de orcas que sofre um grave acidente tendo as duas pernas amputadas. Esta bela história, aparentemente simples, pode transformar a tela em um daqueles dramas sociais chorões. Mas nas mãos de Audiard, o longa ganha força na fineza com que os personagens são criados e desenvolvidos ao longo da trama.

À primeira vista, os dois se opõem bastante, com Ali solitário e objetivo, e Stéphanie, a sedutora por atenção. Mas o olhar que um tem pelo outro é que ajusta esta relação (a exemplo de Ali que não muda a maneira de enxergá-la na primeira vez que a vê após o acidente). Há uma candura comovente no caráter de Ali, um homem bruto que, paradoxalmente, parece ver o mundo da forma mais simples e inocente que se deve ser.

Embora o diretor tenha se cercado de um excelente elenco que transmite realidade à trama e, apesar de todo a profundidade da história, o maior problema talvez esteja na condução da mesma. A dinâmica vai se enfraquecendo e o foco vai se esmaecendo à nossa frente.

Mesmo não sendo uma obra de arte, é um trabalho que merce ser visto pela seus intérpretes e a franqueza pela qual o diretor nos expõe sua história.

*Crítica escrita durante o Festival Varilux de Cinea Francês 2013.


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