O quarteto

Título Original: A late quartet
País: EUA
Direçao: Yaron Zilberman
Elenco Principal: Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener e Mark Ivanir
Estreia no Brasil: Abril de 2013




Captando a tenção entre a dedicação exclusiva e a convivência com o mundo ao redor, o longa de estreia de Zilberman escolhe perfeitamente a música como terreno para apresentar a ideia do empenho profissional, mas não consegue estabelecer uma dinâmica mais equilibrada entre os dramas pessoais de suas personagens e suas próprias vidas como músicos profissionais.

Escrito por Seth Grossman (em parceria com o diretor), o roteiro mostra a crise de um renomado quarteto de cordas quando o mais velho do grupo, Peter (Walken), começa a sofrer com os sintomas do mal de Parkinson. Vendo que em breve ficará impossibilitado de tocar, ele, junto ao grupo, planeja seu último concerto, onde será substituído no palco. No entanto, isso desestabiliza o grupo abrindo espaço para que questões pessoais prevaleçam sobre a música em si.

Conduzido primorosamente pela maravilhosa trupe de atores, o longa já se torna prazeroso de se assistir pelas belas atuações a partir das complexidades de sentimentos que atormenta cada membro do quarteto. Robert (Hoffman) se deixa levar pela busca de status e reconhecimento, Daniel (Ivanir) é a marca da arrogância enquanto Juliette (Keener) personifica a displicência. Mas alguns podem achar que estes dramas interessantes acabam se escondendo atrás de um ambiente novelesco tradicional.

Pesando o lado bom da balança, também está a ideia de seguir o grupo de acordo com a Opus 131 de Beethoven. A composição para um quarteto de cordas é considerada uma obra prima diferenciada por exigir que seus sete movimentos sejam tocados sem pausas. Ela representa a visão de que tudo está unido e serve de espelho para os conflitos que atormentam o quarteto quando um de seus pilares se quebra. E é justamente Walken quem mais consegue se conectar com o espírito da música. Ele é de longe o mais surpreendente dos atores, mas que é ofuscado pelo roteiro.

O quarteto então vive na batalha diária de se interagir com o mundo através de seu trabalho, neste caso a música, contra a rotina de viver sua própria vida. Não é um excelente filme, mas é bom o suficiente a que veio.


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