Prometheus

Título Original: Prometheus
País: EUA
Direção: Ridley Scott
Elenco Principal: Noomi Rapace, Michael Fassbender e Charlize Theron.
Estreia no Brasil: Junho de 2012

        


Um dos filmes mais aguardados do ano, Prometheus é o retorno de Ridley Scott (diretor dos lendários Allien - O 8º passageiro e Blade Runer - O caçador de andróides) ao gênero das ficções científicas futuristas. Mas há algo mais nessa super produção. O longa é um prequel da série acima citada Allien, porém, carrega uma premissa mais ousada do que simplesmente esclarecer o surgimento do alienígena central da franquia, desenvolvendo uma teoria sobre o surgimento da vida humana na Terra. Uma pena que as questões levantadas ficaram longe de serem sequer discutidas, quiçá respondidas.

A história concentra-se na expedição a um desconhecido planeta orbitando um sol distante da Terra, mas com condições de vida semelhante ao nosso. As coordenadas foram encontradas pelo casal de cientistas, Dra. Shaw (Rapace) e Dr. Holloway (Marshall-Green), em escavações ao longo de todo o planeta Terra. Todas as descobertas demonstravam admirações a seres espaciais como os criadores da vida na Terra. A expedição é então financiada para que se encontre nossos misteriosos criadores, os chamados Engenheiros da Vida, e obtenha respostas.

Começando com uma cena belíssima sob os créditos iniciais, o longa segue sua primeira hora sob um roteiro cauteloso da dupla Jonh Spaihts e Damon Lindelof (roteirista de Lost), desenvolvendo as questões centrais da trama de forma bastante objetiva e eficiente. O filme toma ares de uma ficção que se concentraria em seu tema do que nas clichês cenas de ação/terror. Tudo isso é extremamente favorecido com a apresentação do personagem mais intrigante, David, vivido impecavelmente por Fassbender. Com uma mistura de serenidade e sarcasmo o androide é o que fascina na condução do enredo.

A produção não peca também nos aspectos técnicos. A fotografia sempre sombria do experiente Dariusz Wolski ajuda a criar o ambiente hostil do planeta explorado, assim como os efeitos visuais fortalecem a realidade das cenas junto com a direção de arte. E a composição do tema musical central por Marc Streintefeld é um artefato marcante e poderoso do filme.

Os problemas surgem com as demais personagens. São unidimensionais e demasiadamente unifuncionais. E não é à toa que quando elas surgem, ao acordarem da estase após 2 anos de viagem no espaço, que o longa começa a perder sua força. É um desencadear de cenas sem maturidade alguma para o que o roteiro até então havia construído. Inúmeras atitudes estúpidas por um bando de cientistas que deveriam ter um mínimo de bom senso e um bocado de cenas que não acrescentam nada à narrativa estando ali por mera questão de se  criar ação e terror.

Mas o que é mais frustante em Prometheus é a não resolução de seu tema. Porque os Engenheiros nos criaram? Quais eram seus planos? Entre outras questões que surgem ao longo do filme e seriam spoilers se eu as explicitasse aqui. Scott já garantiu uma continuação, mas quando finalizou o longa essa sequência não estava nos planos, o que demonstra a falha do roteiro. Talvez uma continuação possa salvar esse capítulo inicial, mas não vai retirar o rótulo de decepção do ano.



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