A Teoria de Tudo

Título Original: The theory of everything
País: Reino Unido
Direção: James Marsh
Roteiro: Anthony McCarten
Elenco Principal: Eddie Redmayne e Felicity Jones
Estreia no Brasil: Janeiro de 2015




Diferentemente do que muitos podem pensar, A Teoria de Tudo não é uma biografia de um dos mais famosos cientista de nossos tempos, o britânico Stephen Hawking, mas sim um relato de sua esposa, Jane, que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis e decisivos de sua carreira. Mesmo assim, ainda que o tema seja o relacionamento que deu base para Hawking construir todo o seu legado, a falta de profundidade sob o casal protagonista impede a narrativa de avançar de uma forma mais singular, limitando-o a ser apenas mais um entre tantos outros.

O roteiro não se dedica a uma apresentação paciente das personagens centrais, inciando a projeção já com o primeiro contato entre os dois, mas é preciso na forma como utiliza os diálogos entre eles para introduzir elementos chaves que compõe o caráter de cada um. A doença de Hawking (Redmayne) também não demora a se mostrar ao público, que em poucos minutos vê todo o enredo devidamente montado à sua frente. Essa rapidez é um dos fatores que impede de nos identificarmos plenamente com essas personagens já que não houve tempo suficiente para desenvolvermos um arcabouço emocional apropriado para nos simpatizarmos com as aflições que o casal enfrenta.

Isso não impede de nos encantarmos com a presença marcante de Eddie Redmayne na pele de Stephen, que dá vida ao físico de forma esplêndida, não só emocionalmente mas também fisicamente, passando de uma maneira bastante realística as consequências da esclerose múltipla que atinge sua personagem. Além disso, é nítida sua semelhança facial com o próprio Stephen Hawking. Ao seu lado está Felicity Jones no papel de Jane Hawking, também contribuindo com uma talentosa atuação que insere vida onde muitos poderiam ver uma aborrecida dificuldade matrimonial. Jones mostra a força de Jane para sustentar os pilares de sua família transparecendo a naturalidade de quem enxerga beleza em lutar pela felicidade de todos a seu redor, mas também o desgaste que a leva aquilo tudo.

Com ciência suficiente para que o povo compreenda (ou aceite) que existiu um trabalho importante, o longa se desenvolve superficialmente como quem conta uma história desatento, apenas esperando a hora de narrar os fatos mais importantes. Ainda se dando ao luxo totalmente desnecessário de um desfecho que contém uma irrealística sequência onde Hawking fantasiosamente refaz todo o roteiro sem suas limitações físicas para terminar com uma declaração pobre do tipo "frases de superação para o facebook".

Por fim, A Teoria de Tudo cai em uma regularidade que não merece as atuações de Redmayne e Jones. Salva-se do melodrama que muitos esperariam ser, mas paira sob uma superficialidade que não condiz com a vida de seus protagonistas.




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