A Dama De Ferro


 Título Original: The Iron Lady

País/ano: Reino Unido, França/2012

Direção: Phyllida Lloyd

Elenco: Maryl streep, Jim Broadbent e Alexandra Roach.


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Margaret Thatcher foi a primeira mulher a assumir o cargo de Primeiro Ministro do Reino Unido e, muito mais do que isso, personagem marcante de uma época complicada em seu país e em toda Europa. Ingredientes de sobra para um filme a seu respeito em uma oportunidade maravilhosa de se explorar o universo da guerra fria sob o ponto de vista da Dama de Ferro com as suas revolucionárias medidas políticas para inverter as crises econômicas britânicas, mas que é deixado de lado pela diretora inglesa Lloyd. Sendo assim, é uma pena saber que a única coisa que salva neste longa metragem é a impecável atuação de Meryl Streep.

Baseando-se em flashbacks da ex-primeira ministra, o roteiro de Abi Morgan já se torna confuso pois acompanha quase que paralelamente a Margaret do presente e suas versões do passado, dividindo sua premissa de tal forma que não sabemos se o que querem nos passar é uma retratação de uma ex-chefe de governo e o peso que seu passado faz-lhe sobre os ombros, ou a história de uma política em potencial e sua ascensão até o cargo de maior importância de sua pátria. É lamentável que o filme dê tanta importância à velhice da protagonista e deixem de lado detalhes importantes da vida dessa lutadora (ainda que ao seu modo) como por exemplo que, na Universidade de Oxford, Margaret se formou em química.

Sendo assim, o precário trabalho de direção da novata Phyllida Lloyd (antes ela havia dirigido somente Mamma Mia) é salvo pela talentosa Streep e sua assustadora capacidade de incorporar Thatcher perfeitamente nas diversas épocas em que o longa atravessa. E de igual importância, o trabalho de maquiagem é fundamental para caracterizar essas diversas fases da Dama de Ferro. E o que fica é a questão: O que faria Streep com este papel se o roteiro fosse digno com sua personagem?

Portanto, o longa falha em tudo o que tentou passar para o público e saímos do cinema sem sequer saber como é (ou foi) a relação de Margaret com sua família, já que claramente as desavenças que surgem são inseridas no roteiro sobre o pretexto esdrúxulo de simplesmente ilustrar sua ambição política, enquanto que, a política por si só, é despejada sobre o expectador sob a forma de fatos quase que isolados que se destacam na história conturbada do mandato da ex-primeira ministra, mas sem nenhum contexto geral do momento vivido em tal época. Assim, os que pouco ouviram falar de Margaret Thatcher, mas tiverem o mínimo de bom senso, assumirão que nada aprendeu sobre a história da Dama de Ferro britânica.


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