Qual o nome do bebê?

Título Original: Le Prénom
País: França/Bélgica
Direção:  Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte
Roteiro:  Matthieu Delaporte (roteiro e peça)
Elenco Principal: Patrick Bruel, Valérie Benguigui, Charles Berling
Estreia no Brasil: Janeiro de 2013




Adaptado de uma peça teatral que alcançou o sucesso em 2010 na França, a comédia explora os limite que cerca a decência. É uma forte representação dos momentos que nós vivemos quando uma conversa começa com A e termina, sabe-se lá como ou porquê, em Z. Aqui, um jantar social entre adultos civilizados é que toma um caminho bastante acidentado à medida que a fonte dos assuntos vai se tornando cada vez mais particular de cada indivíduo, expressando suas visões julgadoras, preconceituosas e cruéis acerca dos outros.

O jantar em questão traz Élisabeth (Valérie Benguigui) e seu esposo Pierre (Charlie Berling), ela professora do ensino fundamental e ele professor de universidade, recebendo o amigo de infância Claude (Guillaume de Tonquedec), trombonista de orquestra, o irmão Vincent (Patrick Bruel) com sua esposa Anna (Judith El Zein). As coisas vão bem até que os demais se sentem indignados com a escolha de Vincent para o nome de seu filho que está prestes a nascer. Dá-se início então a uma longa e acalorada discussão onde os mais profundos defeitos de cada um é revelado pelos amigos.

Logicamente, tal enredo tem sua força maior nas características únicas dos indivíduos envolvidos. Assim, a introdução com uma narrativa em off  é bastante rica e já dita o ritmo do filme (falas rápidas que exigem leitura acelerada das legendas). Somado a isso, temos o excelente trabalho geral dos atores que, com a exceção de Berling, originalmente fizeram a peça nos palcos, isso certamente trouxe um benefício no timing geral das cenas. Aliás, me chama a atenção Bruel, sendo este o seu segundo trabalho que vejo, sinto nele um ator que pode crescer bastante.

Há energia suficiente e um diálogo agradável e bem trabalhado que já o tornaria uma produção altamente recomendada. Mas as câmaras não conseguiram captar o que talvez seria mais cômico nos teatros. Ainda sim, o humor está ali, sutil mas presente. Entretanto o drama que surge repentinamente nunca soa forçado, ajudando no entretenimento como um todo e na fluidez do roteiro.

Por que mais que se descontrole a situação e que venha uma calmaria a revelação final mostra que voltar para dentro dos limites do respeito mútuo faz com que se traga junto somente aprendizado. Num debate nunca somente se diz, deve-se absorver também. Assim, pensar sobre o que se discutiu é a parte mais importante para evoluirmos.

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