Uma garrafa no mar de Gaza

Título Original: Une bouteille à la mer
País: França/Israel
Direção: Thierry Binisti
Roteiro: Thierry Binisti
Elenco Principal: Agathe Bonitzer e Mahmud Shalaby
Estreia no Brasil: Maio de 2013




Estabelecendo um paralelo entre duas diferentes visões sobre a questão entre Israel e a Palestina, o longa não busca encontrar certos ou errados mas, explicitar as consequências desse conflito do ponto de vista de um palestino morador da Faixa de Gaza e de uma imigrante francesa residente em Jerusalém.

Tal (Bonitzer) é uma jovem francesa em Jerusalém que, inconformada com a guerra que assola a região, lança uma garrafa no mar de Gaza com o intuito de estabelecer contato com um palestino. Sua mensagem chega às mãos de Naim (Shalaby), na Faixa de Gaza, que inicia uma série de correspondências via e-mails que se tornará uma inusitada e perigosa amizade. O roteiro é baseado no romance homônimo da francesa Valérie Zenatti.

Consequências. Esse é o principal tema abordado neste filme. Tal não deseja entender o porquê desse sangrento impasse entre os judeus e os palestinos. Quer enxergar os efeitos da disputa através do lado oposto ao seu. Muito mais, acreditando que não só o ódio possa existir entre os dois povos, ela busca mostrar a Naim que no sofrimento ambos podem ser iguais, e que a forma como eles absorvem os danos dessa guerra pode torná-los pessoas melhores.

É a simplicidade cinematográfica de Binisti que não permite ao filme crescer mais. Experiente na TV, o diretor acaba abarrotando a montagem com cenas que  que soam deslocadas da realidade local, como a discussão que acaba em pizza entre Naim e seu tio.

A inocência dessa trama, muito improvável diga-se de passagem, está sempre claramente representada nas discussões entre os dois jovens. E a forma como os atores evoluem seus personagens de acordo com o fortalecimento dessa amizade que é responsável por prendermo-nos à tela. Além disso as composições de Bernoît Charest reforçam a atmosfera envolvente da história.

Um suave conto de fadas moderno que mostra o poder de uma conexão individual (ou amizade) perante a crenças coletivas. Não é a solução e nem pretende ser algo como tal. Mas uma simples demonstração de como não deixar de seguir em frente por ser excêntrico.


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