O homem de aço

Título Original: Man of Steel
País: EUA
Direção: Zack Snyder
Roteiro: David S. Goyer
Elenco Principal: Henry Cavill, Russel Crowe, Michael Shannon e Amy Adams
Estreia no Brasil: Junho de 2013



O novo longa para um dos mais conhecidos heróis, o Super Homem, chega para tentar restabelecer uma conexão do personagem com a geração atual. Investe num drama mais profundo para construir o protagonista e seus dilemas de existência mas falha em cativar o espectador diante de uma história não linear e mau organizada.

O roteiro se concentra basicamente na jornada enfrentada por Clark Kent (Cavill) na busca pelas suas origens quando o mesmo descobre sua identidade extraterrestre. Utiliza-se de um tempo justo para encenar o envio de Kal-El para a Terra, a prisão dos militares que tentaram tomar o poder de Krypton (seu planeta de origem), entre eles o Genral Zod (Shannon), e a inevitável destruição completa do planeta.

Embora esse prefácio seja satisfatório, a dinâmica com que se procede o decorrer da trama é confusa diante dos inúmeros flashbacks que buscam contar as dificuldades sofridas por Clark quando este ainda era uma criança. Mesmo que estes fatos soltos sejam importantes, o resultado é negativo, pois a construção do drama que o protagonista vive acaba não ganhando o peso necessário para que o público encare com seriedade os dilemas do herói. Existe uma distância visível entre o jovem Clark e aquele que virá a se tornar o Superman.

Infelizmente esta distância acaba se destacando pois é muito claro a ideia de Snyder em unir elementos do velho homem de aço, vivido por Christopher Reeve, e aquele que recentemente fez sucessos nas TV's com o seriado Smallville. Na composição estética do Superman, vê-se traços que relembram o herói da década de 80, como o penteado e suas poses. Enquanto a insistência em retratar sua infância nos remete aos temas centrais do seriado norte americano.

Mas a direção é também o elemento que não deixa o trabalho desandar de vez. Com um trabalho visual menos apelativo que seus filmes anteriores, como 300 e Sucker Punch - Mundo Surreal (que lhe renderam duras críticas), Snyder mantém seu nível de sofisticação nas entrelinhas de suas composições. É bem verdade que há cenas desnecessárias que nada acrescentam à trama mas há também bons momentos que agradam. E é a escalação do corpo de atores que imprime firmeza ao longa. Mesmo que Henry Cavill esteja bem distante do que Reeve foi, vemos nascer um novo rosto para o Superman que, aqui convence, e será posto à prova nas sequências da franquia.

Este O Homem de Aço é então um bom filme que pode ter no seu futuro uma melhor aceitação caso suas sequências assim se façam. Por enquanto, o que vemos é a ainda um inseguro Super Homem.


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