Frances Ha

Título Original: Frances Ha
País: EUA
Direção: Noah Baumbach
Roteiro: Noah Baumbach e Greta Gerwig
Elenco Principal: Greta Gerwig e Mickey Sumner
Estreia no Brasil: Agosto de 2013




Filmado inteiramente em preto e branco, aguçando a nostalgia existente na juventude de todo adulto, Frances Ha situa-se em algum ponto entre um divertido delírio regressivo e uma melancólica crise da meia-idade, guiado com maestria pela protagonista que dá nome ao filme.

Sob a coautoria da atriz central, Greta Gerwig, o roteiro acompanha a aspirante a dançarina Frances. Uma jovem que ainda não decidiu se assume a idade adulta ou permanece na puberdade. Vive a responsabilidade de buscar seu sonho mas é ainda criança para assumir a seriedade de um relacionamento. A amizade é ainda um barco mais seguro. Essa é Frances.

O diretor Baumbach faz então uma ode ao tradicional medo de crescer, o medo de fracassar perante a maturidade. Admirável é então a forma como o cineasta não deixa a melancolia transparecer ao público. Ela está ali, em algum lugar, podemos ver seus vultos, mas Frances nunca se daria ao luxo de deixá-la assumir as rédeas da sua vida.

Assim, mesmo que um filme em preto e branco nos remeta a algo passado (ao ponto que é quase difícil assimilar a existência de um celular nas cenas iniciais), associando à nostalgia da juventude, como dito anteriormente, vejo essa técnica funcionando muito mais por deixar que Frances dê cor aos quadros. É ela quem, com suas emoções a transbordar pela tela, colore o cenário dando a intensidade sentimental à narrativa. Sucesso garantido devido a marcante interpretação de Gerwig.

Aos que veem a si próprio na jovem Frances, o longa funciona como uma reflexão de onde e como você chegou até agora. Os que não se identificam com a protagonista verão uma vida além de seus princípios de quem sempre soube onde quer chegar. Para todos eles, Frances Ha é como o nome que não cabe na caixa de correios. Há muita mais emoção ali do que se possa descrever.