Tese sobre um homicídio

Título Original: Tesis sobre un homicidio
País: Argentina
Direção: Hernán Goldfrid
Roteiro: Patricio Vega
Elenco Principal: Ricardo Darín, Alberto Ammann e Calu Rivero
Estreia no Brasil: Julho de 2013



Roberto Bermúdez (Darín) é um professor universitário especialista em direito criminal que acredita que um de seus alunos, Gonzalo (Ammann), assassinou uma mulher no estacionamento, bem em frente à janela de sua sala, como uma forma de confrontar o professor acerca das lacunas existentes no sistema penal que permitiria ao mais meticuloso dos criminosos a sair totalmente impune de um ato criminal.

O roteiro é uma adaptação do livro homônimo de Diego Paskowiski e age muito bem sob o espectador prendendo-o através de um suspense policial guiado pela obsessão de Roberto em provar sua teoria. E toda a narrativa é contada do ponto de vista do advogado. Estamos ao seu lado durante toda a projeção, de tal maneira que, mesmo revelando seus defeitos pessoais como o alcoolismo, não nos é fornecido muito para refutar suas ideias.

Toda a decupagem do filme é feita bem ao estilo dos policiais americanos. Entretanto, é feita como uma maestria que só contribui para o trabalho. A trilha sonora, os ruídos, além das simbologias que rodeiam as construções das personagens.

Darín mantem seu ótimo nível como ator mas é Alberto Ammann quem se destaca nos quadros em que surge, atribuindo a Gonzalo uma ironia e sarcasmo que alimentam o nervosismo de Roberto e da plateia. Mas é o desfecho da história que torna frustrante toda a experiência que vinha sendo construída ao longo da narrativa.

É bastante clara a resposta dado ao público sobre a autoria do crime. No entanto, muitos detalhes cruciais são simplesmente esquecidos, o que torna a conclusão da história quase que sem sentido. Na conversa no bar, entre Roberto e Gonzalo, o estudante revela importantes fatos sobre seus pais que induz o espectador a ver ali uma razão para que a tese de Roberto esteja certa. Alimenta-se a ideia de que Gonzalo estaria cometendo tal assassinato como um repúdio a uma atitude da mãe.

Mas a maneira como tudo termina não coloca os pingos nos "is" e nem sequer deixa opções de como pô-los. Não é uma vitória de um anti-herói, nem do bandido. Talvez seja da jovem Laura (Rivero), irmã da vítima, mas certamente não faz do filme um sucesso.



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