Jobs

Título Original: Jobs
País: EUA
Direção: Joshua Michael Stern
Roteiro: Matt Whiteley
Elenco Principal: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney e Josh Gad
Estreia no Brasil: Setembro de 2013




O longa reconstrói a trajetória de sucesso de Steve Jobs, empresário visionário cofundador da Apple, um ícone no mundo da tecnologia. Embora a história seja bem contada, o resultado geral sofre com a inexperiência dos responsáveis pelo roteiro e direção.

Acompanhando Steve Jobs (Kutcher) desde os seus anos na faculdade no Reed College, em Oregon nos EUA, o roteiro concentra-se em uma espécie de introdução, mostrando pontos chaves na formação de Jobs que refletirão na sua forma de trabalhar posteriormente. Mas falha por não estabelecer as conexões pessoais mais relevantes para a narrativa. Dessa forma vemos Steve Wozniak (Gad) cair de paraquedas na história, enquanto que uma atenção maior é dada a Daniel Kottke (Haas) e posteriormente não é bem justificada.

Aliás, diversas partes são inseridas na história sem ser devidamente explicadas ao público, como por exemplo a breve passagem pela Índia que é somente sutilmente sugerida como uma verdadeira "busca espiritual". Outras passagens são negligenciadas, como o período que Jobs ausenta-se da Apple e cria a NeXT, que posteriormente seria fundamental para seu retorno à sua empresa mas é rapidamente lembrada em um diálogo.

Há uma fotografia que nos remete satisfatoriamente aos anos 1970 e a direção de arte se sai muito bem em representar a passagem dos anos através dos cenários e figurinos. Particularmente, o vestuário de Kutcher funciona bastante em retratar o estilo diferenciado de Jobs. E, embora o andar adotado pelo ator soe forçado de mais em algumas cenas, o resultado geral de seu trabalho é convincente. Mas a surpresa fica por conta de Josh Gad e sua construção de Wozniak.

O que fica claro nas quase duas horas de projeções é a personalidade marcante de Jobs, seu perfeccionismo, temperamento explosivo, individualismo e a estranha capacidade de ainda assim arrancar aplausos de qualquer um de seus funcionários. Faltou-lhe a alma que merece. Assim, Jobs acaba ficando muito longe do que David Fincher fez por Zuckerberg em A Rede Social.


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