Cabaré Biblioteque Pascal

Título Original: Bibliothèque Pascal
País: Alemanha/Hungria
Direção: Szabolcs Hajdu
Roteiro: Szabolcs Hajdu
Elenco Principal: Orsolya Török-Illyés e Shamgar Amram
Estreia no Brasil: Setembro de 2013




Uma fantasia que se revela um grande drama social onde o diretor húngaro utiliza do dadaísmo para descrever o pesadelo de uma mãe vítima do mercado de prostitutas na Europa. É o uso do imaginativo como uma ferramenta de redenção para reconstruir um passado que nunca será apagado, mas talvez possa ser melhor contado.

O longa é um grande flashback narrado pela protagonista Mona (Török-Illyés). Após deixar a filha sob os cuidados de uma tia cartomante, que a explorava para ganhar dinheiro, Mona precisa convencer um assistente social a ter a guarda de sua filha de volta. Ela então conta a sua incrível e sofrida aventura, desde como conheceu o pai da criança, até seu fim como prostituta em um cabaré temático na Inglaterra.

Com um visual esplendoroso e uma trilha sonora alucinante (composta pela banda alemã Flanger), o filme concentra, num mesmo plano narrativo, relato surrealista e drama social, tudo isso conduzido primorosamente pela atriz romena que interpreta Mona. Entendemos seu universo e suas razões graças às expressões que Török-Illyés atribui à protagonista, permitindo que visualizemos suas aflições a todo instante.

Mas fantasia não é tão absurda assim, já que fetiches sexuais são quase sempre surpreendentes para os olhos de quem não compartilha de tal desejo. O cabaré de Pascal (Amram) não é tão mais invulgar, ou estranho, do que não se possa encontrar no submundo noturno das grande metrópoles mundiais. E toda a comercialização das mulheres, como bovinos em um leilão, não está tão fora de uma realidade que existe desde o século passado.

No entanto, mais do que uma crítica à todo sistema social de hoje, onde medidas antiéticas são as soluções encontradas por muitos (prostituição, exploração infantil e etc), Cabaré Biblioteque Pascal é uma proposta de reciclagem de um passado vacilante para se escrever o futuro.

Mona só queria que seus sonhos fizessem parte do mundo real das pessoas, pois eles já são o seu próprio universo genuíno.

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