Hitchcock

Título Original: Hitchcock
País: EUA
Direção: Sacha Gervasi
Roteiro: John J. Mclaughlin
Elenco Principal: Anthony Hopkins e Helen Mirren
Estreia no Brasil: Março de 2013



Anthony Hopkins dá vida ao mestre do suspense, Alfred Hitchcock, para contar suas aflições durante a produção do clássico Psicose de 1959.

O longa não busca fazer uma biografia completa de Hitchcock (Hopkins), mas sim oferecer um panorama da vida do diretor britânico a partir de um período exclusivo de sua vida, a concepção e produção de Psicose, seu maior clássico. O roteiro de McLaughlin busca então expor as emoções de Alfred explorando sua relação com a esposa, Alma Revile (Mirren), e atrizes com quem trabalhou.

A verdade é que pouco se vê sobre a obra-prima que é o background desse longa. A própria cena do chuveiro, uma das mais famosas da história do cinema, ocupa um espaço pequeno comparada com outros fatos abordados. Isso pode ter ocorrido devido a proibição de exibições ou recriações do filme original de 1959.

Mas esta não é uma falha cometida pelo diretor Gervasi. Ao menos não é quando comparada a demasiada folclorização feita com seu trabalho. A opção de acrescentar vários elementos fictícios, ou no mínimo sem comprovação de veracidade, torna o filme uma fantasiada versão da história de Hitchcock e de Psicose. Uma espécie de versão para criancinhas, como aquela que nos ensinam no primário sobre Cabral e o descobrimento do Brasil.

A "incrível" escolha do roteirista, e de Anthony Perkins (Darcy) para a interpretação de Norman, é baseada em supostos sentimentos similares aos do assassino americano Ed Gein (Wincott), que foi inspiração para o livro base do roteiro de Psicose. Ed surge muitas vezes como uma espécie de alucinação de Alfred. Isso acaba deixando como segundo plano pontos interessantes e curiosos da produção de Psicose, passando quase que despercebidos em certos diálogos.

De fato, o campo das atuações é algo que mais se sobrepõe aqui. Hopkins está muito bem e quase irreconhecível com o bom trabalho de maquiagem feito. Mas é Helen Mirren quem se destaca ao reviver com segurança a esposa Alma que, como o próprio Alfred assumiu, sempre foi essencial em todos os seus trabalhos. Enquanto isso, Johansson recria uma interessante Janet Leigh e Darcy, não sei porque cargas d'águas, revive Norman o tempo todo, e não o grande Perkins.

O resultado é um trabalho que visou a leveza e o humor para uma interpretação do mestre do suspense e que acabou se saindo como uma fraca historinha. O excesso para ilustrar tramas e intrigas na vida de Hitchcok impediu que o bom trabalho sobre a produção de Psicose ganhasse força.

Nenhum comentário:

Postar um comentário