O Impossível

Título Original: Lo Imposible
País: Espanha
Direção: Juan Antonio Bayona
Roteiro: Sérgio G. Sánchez
Elenco Principal: Naomi Watts e Ewan McGregor
Estreia no Brasil: Dezembro de 2012




Filmado a partir da "supervisão" dos próprios sobreviventes a que se refere, o longa se sobressai principalmente por não fantasiar o acontecido. Os ajustes no roteiro são os mínimos para que se obtenha um resultado satisfatório nas telonas.

O roteiro do espanhol Sánchez, elaborado a partir da história contada pela própria Maria Belón, não se concentra na tragédia como um todo, mas sim na luta pela sobrevivência de uma família em específico, os Bennett. A verdadeira história ocorreu com os espanhóis Belón, mas o diretor decidiu mudar para uma família britânica para obter mais visibilidade. Uma mudança sem muitas implicações políticas dado que o número de turistas europeus que sofreram com o desastre foi enorme. Eram muitos os que passavam as férias de fim de ano nos resorts locais. Neste caso, acompanhamos Maria (Watts), Henry (McGregor) e seus três filhos.

De qualquer forma, sem muito a acrescentar no que diz respeito à família e seus costumes ou hábitos, o longa não demora até atingir o início da aventura. Não que isso seja um ponto fraco na trama, já que sabemos a que vei o filme, e para tal tarefa já nos basta entender que são pais e filhos lutando por suas vidas. O que surpreende mais é a direção de Bayona juntamente com sua equipe técnica. A fotografia amarelada que combina com o ambiente enlameado, a mixagem de som e seus efeitos que nos faz sentir no local do incidente, a maquiagem e toda direção de arte que, principalmente, faz um realístico trabalho em cima de Naomi Watts.

Mas nem tudo são rosas e o grande diretor comete seus erros. Os momentos que antecedem o encontro entre Lucas (Tom Holland), Simon (Oaklee Pendergast) e Thomas (Samuel Joslin) é uma fracassada tentativa de angustiar o público com quadros que mostram Lucas e seu pai se desencontrando no tumulto do hospital. Enquanto o sonho desse mesmo garoto nos leva a uma repetição de efeitos já visualizados e uma sequência em câmera lenta com um irritante som que nada vêm acrescentar à trama.

Ainda sim, esses deslizes soam como secundários para uma época em que nos acostumamos a ver os "baseados em fatos reais" como grandes thrillers onde somente os nomes das personagens bate com a realidade. O Impossível preferiu trocar os nomes de seus protagonistas em prol de uma narrativa mais próxima da realidade.



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