Oz: Mágico e Poderoso

Título Original: Oz the Great and Powerful
País: EUA
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Mitchell Kapner e David Lindasy-Abaire
Elenco Principal: James Franco, Michelle Williams e Mila Kunis
Estreia no Brasil: Março de 2013




O prequel da Disney traz elementos novos dos livros de Oz e mescla-os com peças chaves da adaptação cinematográfica de 1939. No entanto, mesmo que com uma belíssima recriação daquele mundo, faltou-lhe a magia que o mesmo merecia.

Buscando explorar a história de um dos mais fabulosos personagens do mundo de Oz, o filme conta como  Oscar (Franco) foi parar em Oz se tornando o fabuloso mágico e rei da Cidade das Esmeraldas. O roteiro explora com eficiência a construção do personagem título, explicitando seu caráter e como sua personalidade foi moldada durantes os anos de trabalho em um circo. Pena que não se veja a mesma eficiência no que diz respeito aos personagens de Oz, resumindo-se a curtas frases explicativas. Mas há detalhes na escolha desses personagens que fortalece aquele universo de fantasia, além de enriquecer o longa com ligações diretas à obra literária original. Enquanto faz uso do preto e branco, da proporção 4:3 em toda filmagem que se passa em Kansas e da ligação entre amigos de Oscar e seus companheiros que conhece em Oz para referenciar o filme de 1939.

A direção de Raimi também comete algumas gafes ou exageros, como a cena a beira do precipício criada virtualmente que é por demais fraca e nada acrescenta à trama, assim como aquele desfecho clichê por detrás das cortinas. Os efeitos visuais por sua vez tem seu pecado na criação da memorável Bruxa Má do Oeste (Kunis), soando como um desenho animado dentro daquele universo live action. E a atuação da atriz também não colabora, construindo bem a iludida Theodora mas não conseguindo incorporar uma verdadeira vilã, soando muito artificial no restante do longa. Além do mais, o que é o seu figurino? Porque deslocá-la tanto das demais bruxas? Por outro lado, enquanto Franco ora se encaixa ora não no papel principal, é Michelle Williams e Rachel Weisz quem segura as pontas do elenco.

Por fim, passeando entre altos e baixos na sua dinâmica, Oz: Mágico e Poderoso convence pela suas referências, bom humor e trabalho visual (ou boa parte dele). Mas deixa uma sensação de que mais poderia ter sido feito.

Referências ao livro e ao filme de 1939:

Raimi opta por também  fazer uso da ligação entre amigos e conhecidos de Oscar e os companheiros que faz em Oz, como é o caso de Frank e Finley (Zach Braff) e a garota na cadeira de rodas e China Girl (Joey King) por exemplo. Exatamente como o clássico de Victor Fleming fez entre os fazendeiros e Espantalho, o Homem de Lata e o Leão (entre outros). Esta ligação não existe no livro mas serviu como um fortalecimento da ideia que Fleming quis criar para Oz, como um mundo não somente onde os sonhos se realizam mas os defeitos das pessoas podem se tornar coisas boas, se você acreditar.

China Girl é realmente uma personagem do livro de Baum.

Há também uma espécie de reparação no que diz respeito à Glinda (Williams) como a Bruxa Boa do Sul. No primeiro longa foi feito uma junção de três personagens do livro, a Bruxa Boa do Norte (que não tem um nome mencionado na obra), Glinda, a Bruxa Boa do Sul e a Rainha dos Ratos de Campo (que ajudam Dorothy a escapar dos campos soníferos no livro), transformando-as em Glinda, a Bruxa Boa do Norte. Neste prequel Glinda volta a ser a Bruxa Boa do Sul e nenhuma citação é feita em relação às outras duas personagens.

Na conversa que Annie tem com Oscar ainda no circo ela diz que recebeu uma proposta de casamento de um tal de Gale, uma possível homenagem (ou referência?) à protagonista Dorothy Gale.

As cicatrizes que surgem com o choro de Theodora é uma referência a sua fraqueza, água.



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